segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cacoetes da fala

Seção: Língua e Etiqueta
Nada pode ser tão irritante do que conviver com uma pessoa que possui cacoetes gestuais. Esses cacoetes são aqueles constantes movimentos que, de tão interiorizados que se tornam, vêm à tona quase que involuntariamente. Alguns indivíduos desenvolvem essas manias imperceptíveis a si mesmos, mas que saltam aos olhos de quem deles se aproxima. Seja franzindo a testa, comprimindo os lábios ou levantando a sobrancelha, o fato é que os portadores dessas manias são alvo de atenção não pela beleza do que fazem, mas por deixarem todos na expectativa de quando virá o próximo franzir de testa.
Da mesma forma, nada pode ser tão irritante (e divertido) do que travar um diálogo ou ouvir uma palestra de alguém que possui cacoetes de linguagem. Fala-se, agora, de pequeninas palavras que alguns falantes inserem em seus discursos imperceptivelmente, mas que estão bem longe de passar despercebidas aos ouvidos alheios. Alguns são adeptos do tipo assim, outros do , ou do daí, ou do então, ou de tantas outras expressões que voltam para si qualquer holofote.
Durante palestras, há plateias que se divertem em contar quantos tipo assim o orador foi capaz de dizer em um pequeníssimo espaço de tempo. O risco que corre um palestrante desse gênero é obvio: a atenção do público acaba se voltando muito mais aos cacoetes linguísticos do que ao conteúdo do discurso feito. Em outros termos: o orador ganha notoriedade mais pelo vício de linguagem do qual é refém do que pelas informações que objetiva transmitir.
A subserviência a tais cacoetes pode soar, à primeira análise, como efeito de despreparo, nervosismo ou insegurança perante um dado assunto exposto. No entanto, esses mesmos cacoetes não são detectados tão somente em oradores incipientes. Em universidades e congressos, depara-se com incontáveis professores que trazem encalacradas essas muletas linguísticas.
Descartadas as possibilidades de despreparo e insegurança, o que talvez falte a um profissional viciado em tipo assim seja a sinceridade de um ouvinte que lhe aponte o ponto fraco. Após se tornar consciente de seu vício, o profissional verdadeiramente comprometido buscará meios de minimizar repetições que maculem seu discurso e que o desabonem. Fica a dica!
Fernando Sachetti

3 comentários:

  1. todos os despreparados, nervosos e inseguros deveriam dar as mãos e abraçar a lagoa em um grande hino de entões, tipo assins e daís por um mundo mais tolerando aos vícios de fala. Ou fazer outro World Descarga Day sem propósito nenhum.

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  2. Não sou alvo de seu texto, porém tenho que ressaltar que em diversos momentos você assume uma postura preconceituosa. Reveja seus conceitos e tenha mais cuidado com as palavras. Você conseguiu falar dos outros e esqueceu de poliiar a si próprio.

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  3. Olá poderia me informar que literatura vc utilizou para escrever esse post?

    Meu email: tamirisakbart1@gmail.com
    Desde já agradeço,
    Tamiris S. Akbart

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