domingo, 4 de outubro de 2009

Leitura obrigatória

Seção: Clichês em discussão
É inerente à raça humana rejeitar obrigações. Tudo aquilo do que não se pode fugir é encarado como fardo. E, infelizmente, é como um fardo que a leitura tem sido suportada pelos estudantes, sobretudo, às vésperas de exames vestibulares. É desnecessário dizer que o prazer advindo de uma boa leitura tem perdido espaço para outros entretenimentos. O que se questiona é o porquê de a leitura estar dissociada do prazer.
Inúmeros alunos proclamam que a rotulação leitura obrigatória, ao invés de instigar-lhes a ânsia por ler, produz efeito contrário, à medida que lhes retira a liberdade de escolha. Num primeiro momento, essa asserção até parece coerente. Entretanto, a obrigatoriedade de uma determinada leitura não significa que o aluno deva ler unicamente aquilo a que é obrigado. Em outros termos: uma leitura cobrada e uma espontânea podem, perfeitamente, ser realizadas concomitantemente.
Ademais, os números provenientes de pesquisas que avaliam a leitura no Brasil têm demonstrado que o brasileiro (e não só os vestibulandos) lê parca e insuficientemente.
Assuma-se: o brasileiro não tem intimidade com livros. Porém, conferir a culpa dessa falta de intimidade à rotulação leitura obrigatória é transferir a responsabilidade do aluno ao professor. Ressalte-se, todavia, que o professor não é o único responsável por despertar o interesse pela leitura no aluno.
Fernando Sachetti

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